Meu filho só tem dois anos e não me obedece!!!


Uma queixa bastante recorrente no consultório que ouvimos dos pais é: “meu filho não me obedece, me responde, bate de frente quando eu lhe dou alguma ordem”, referindo-se a uma criança de apenas dois ou três anos de idade. Ao mesmo tempo, percebe-se também uma grande dificuldade destes pais em serem efetivamente firmes com seus filhos.

Mas o que está acontecendo realmente?

A questão é que nesta fase de desenvolvimento, a criança está voltada para si, para satisfação de suas necessidades imediatas, assim fica mais difícil para “simplesmente” obedecer, já que sua vontade pede justamente o contrário! E os pais por medo de traumatizar os pequenos, ou por tentar compensar o tempo que passam distantes, ou por não saberem como agir, ou ainda por motivos que nem eles mesmos sabem explicar, acabam deixando os filhos a vontade para fazer o que quiserem.

Não existe uma “receita infalível”, pois cada criança é única, mas em geral percebemos que algumas atitudes podem mudar significativamente este cenário.

Uma das coisas que ajuda bastante é, em primeiro lugar, considerar a criança como alguém que compreende o que lhe é explicado, apesar de sua pouca idade. Mas é claro que somente um belo discurso não resolve todos os problemas. Outras atitudes, em conjunto, podem contribuir:

  • Rotina – dá segurança para a criança, e deixa o cumprimento das regras mais fácil;
  • Regras objetivas – estabelecer com clareza as regras, sem termos vagos. Ex: você deve tomar banho agora, ao invés de: você tem que se comportar bem.
  • Punições efetivas – deixar alguns minutos no cantinho do pensamento, perder algum passeio. O importante é não ceder, não ficar com dó, ele está aprendendo muito com isso. 
  • Esclarecer os motivos das punições – não adianta nada deixar de castigo, e não dizer claramente o porquê, novamente vale a dica de falar sem termos vagos.
  • Carinho e atenção – este talvez o item mais importante. Brincar, mas de verdade com a criança, não vale ficar ao lado mexendo no celular, enquanto ela brinca sozinha! Fazer um gostoso passeio,mesmo que bem simples, é muito mais significativo para seu filho do que comprar uma loja inteira de brinquedos.

No início pode ser difícil, mas com estas atitudes, a criança vai aos poucos aprendendo que consegue dar conta das frustrações, e futuramente, se tornará um cidadão apto a conviver em sociedade.

Alyne Nowacki
Psicóloga
CRP 08/18050

 



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